sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

Controle de Infecção


A boa saúde depende, em parte, de um ambiente sadio. As práticas ou técnicas que controlam ou previnem a transmissão da infecção ajudam a proteger os pacientes e os profissionais de cuidado de saúde das doenças. Os pacientes em todos os ambientes correm o risco de adquirir infecções por causa da baixíssima resistência aos inúmeros e diversos tipos de microorganismos causadores de doenças, e dos procedimentos invasivos. Nas instalações hospitalares, os pacientes podem ficar expostos a agentes patogênicos, alguns dos quais podem ser resistentes à maioria dos antibióticos. Através da prática da prevenção e técnicas de controle de infecção, o enfermeiro pode evitar a disseminação de microrganismos para os pacientes.

  •  NATUREZA DA INFECÇÃO

Uma infecção é a entrada e a multiplicação de um agente infeccioso nos tecidos de um hospedeiro. Inicialmente ocorre a penetração do agente infeccioso no corpo do hospedeiro e há proliferação (multiplicação dos microrganismos), com conseqüente apresentação de sinais e sintomas, ou não. As infecções podem acometer diversas localizações topográficas de um indivíduo ou disseminar-se pela corrente sangüínea. Se um agente infeccioso não prejudica as células ou tecidos, ele está colonizando as células ou tecidos sem causar danos. Se um patógeno se multiplica e causa sinais e sintomas clínicos, a infecção é sintomática. Se a doença infecciosa puder ser transmitida diretamente de uma pessoa para outra, ela é uma doença transmissível ou contagiosa.
  • A CADEIA DE INFECÇÃO
  A presença do patógeno não significa o início de uma infecção.  A infecção se desenvolve dentro de um ciclo que depende da presença de todos os seguintes elementos:
  1. Um agente infeccioso ou patógeno
  2. Um reservatório ou fonte de crencimento do patógeno
  3. Um portal de saída do reservatório
  4. Um modo de transmissão
  5. Um portal de entrada em um hospedeiro
  6. Um hospedeiro suscetível


  • OS ELEMENTOS QUE A COMPÕE

·         Agente Infeccioso: Microorganismos incluem bactérias, vírus, fungos e protozoários. Os microorganismos da pele são chamados de residentes ou flora transitória.
Os organismos residentes são considerados residentes permanentes da pele, lugar onde sobrevivem e se multiplicam sem causar danos. Estes não são facilmente removidos com a lavagem das mãos usando sabões comuns, ao menos que seja feita uma considerável fricção.
Os microorganismos transitórios atacam a pele quando uma pessoa entra em contato com outra ou com algum objeto durante as atividades normais da vida diária. Alguns microorganismos residentes da pele não são virulentos e podem causar apenas pequenas infecções na pele. No entanto, podem causar uma infecção grave quando os procedimentos cirúrgicos ou qualquer outro invasivo lhes permite penetrar nos tecidos profundos ou quando um paciente está gravemente imunocomprometido.

·      Reservatório: Um reservatório é o lugar onde um patógeno pode sobreviver, mas pode ou não se multiplicar. A presença de um microorganismo nem sempre faz com que uma pessoa fique doente. Estes são os portadores, pessoas ou animais que não apresentam os sintomas da doença, mas trazem consigo os patógenos que podem ser transmitidos a outras pessoas.
Para prosperar, os organismos precisam de um ambiente adequado, incluindo alimento, oxigênio, água, temperatura, pH e luz apropriados.

·        Portal de Saída: Depois que os microorganismos acham um lugar para crescer e se multiplicar, eles precisam descobrir um portal de saída, se necessitarem entrar em outro hospedeiro e causar a doença. Os microorganismos podem sair através de uma série de lugares, como a pele, e as membranas das mucosas, do trato respiratório, do trato urinário, do trato gastrointestinal, do trato reprodutivo e o sangue.

·         Modo de Transmissão: São inúmeros os modos de transmissão dos microorganismos do reservatório para o hospedeiro. Certas doenças infecciosas tendem a ser transmitidas mais comumente de modos específicos. No entanto, os mesmos microorganismos podem ser transmitidos por mais de uma via.

·         Portal de entrada: Os organismos podem entrar no corpo através das mesmas vias que utilizam para sair. Por exemplo, quando uma agulha penetra na pele do paciente. Muitos organismos podem entrar no corpo desde que o dispositivo seja colocado. Qualquer obstrução do fluxo da urina, de um cateter urinário permite que organismos viagem até a uretra. Os fatores que reduzem as defesas do corpo aumentam as chances de os patógenos entrarem no corpo.

·       Hospedeiro Suscetível: Depende da suscetibilidade de uma pessoa a um agente infeccioso o fato de ela adquirir uma infecção. A suscetibilidade depende do grau individual de resistência ao patôgeno. Embora todas as pessoas estejam constantemente em contato com um grande número de microorganismos, uma infecção não se desenvolve até que uma pessoa se torne suscetível ao poder de concentração de microorganismos capazes de produzir uma infecção. Quanto maior a virulência de um organismo, maior a probabilidade de uma suscetibilidade por parte das pessoas. A resistência de uma pessoa a um agente infeccioso é melhorada pelas vacinas ou, realmente, pela contração da doença.


Uma infecção só se desenvolverá no caso de essa cadeia permanecer intacta.

 
    REFEÊNCIA BIBLIOGRÁFICA:
POTTER, Patrícia A.; PERRY, Anne Griffin. Fundamentos de enfermagem. 5.ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2004.

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